Saiu no Jornal Palavra Palhocense

Confira a matéria realizada pelo Jornal Palavra Palhocense, divulgando o 1º evento de aikido em Palhoça, realizado pelo nosso dojo. Com o titulo “Seminário ajuda a encontrar o caminho da harmonia” a equipe do periódico descreveu um pouco do aikido e da nossa história na cidade.

Sensei Carlos Grisalt vem a PH ensinar a arte do aikido, popularizada pelos filmes do ator Steven Seagal

Quem quiser saber um pouco mais sobre o aikido, a arte marcial japonesa que o ator Steven Seagal popularizou nas telas do cinema, pode dar uma conferida no seminário que o sensei Carlos Grisalt (faixa preta, 5º dan) vai comandar na academia CAM, na Ponte do Imaruim, neste sábado (26). Inscrições podem ser feitas na hora (já há mais de 60 inscritos, de quatro estados brasileiros), e não precisa ser um praticante prévio para participar do evento.
Grisalt tem mais de 20 anos de treinamento, e mantém um dojo em Florianópolis. É o atual sensei do aikidoísta Osmair Fuck, que comanda o Shugyo Dojo Palhoça, na Ponte do Imaruim. Osmair começou a treinar em 1995, justamente por influência da técnica impecável que Steven Seagal levou para os filmes de Hollywood. “Eu não era brigão, mas a galera gostava de brigar comigo. Acho que eles pensavam: vou bater naquele galeguinho ali. Era coisa de louco, mas eu não gostava de brigar. Só que aí pensei em me defender”, relembra. E nada mais apropriado do que aprender o aikido, que é uma arte marcial essencialmente de defesa. “Na verdade, aikido é só defesa. Tu não vai ver um aikidoísta na rua batendo em alguém. Ele só vai usar o aikido caso for agredido”, reforça.
Mas o aprendizado transcendeu o nível da prática esportiva. Depois de uma interrupção nos treinamentos, voltou à ativa em 2005 e já são 12 anos de prática, que permitiram chegar à faixa preta, 1º Dan. “O aikido sempre me fez bem, transformou minha vida”, revela. A mesma sensação é percebida nas palavras de outros praticantes do Shugyo Dojo Palhoça. “É uma filosofia de vida, não é só um treinamento esportivo. É um condicionamento de espírito, de mente”, reflete o geógrafo e professor Rodrigo Nery, que trocou a “loucura” cotidiana da vida paulistana pela qualidade de vida que uma cidade como Palhoça pode oferecer.
O professor mora no Passa Vinte, e hoje consegue ter mais tempo para conviver com o filho Théo, de três anos. O maior orgulho virá no dia em que puder ensinar ao Théo tudo o que tem aprendido com as lições do sensei Osmair e com a convivência com os colegas praticantes do aikido. Lições de vida. “Além de fortalecer o corpo, ter um aprendizado, tem toda a questão da disciplina, da amizade, que acaba sendo um adicional. Lógico que você não vem buscar amigos, você vem buscar um aprimoramento de técnica, o conhecimento de uma arte marcial, de uma defesa, mas, dentro da filosofia do aikido, como a proposta é pela não agressão, você aprende a controlar aquela agressividade de trânsito; no seu convívio no trabalho, você costuma ser uma pessoa mais colaborativa, porque nosso treino é colaborativo”, pondera.
O próprio Osmair também ensina o “caminho da harmonia” (um significado possível para a expressão “aikido”) para as filhas, Beatriz e Isadora, de 12 e 11 anos. Isadora estará no evento deste sábado. Elas começaram a treinar bem cedo. O sensei explica que até os oito anos, o treinamento é feito de forma lúdica; a partir daí, pode iniciar o treinamento propriamente dito. Tem até uma faixa pra criançada, a laranja. Sua “escola”, a Aikido Kawai, é uma das que permite relacionar as graduações a cores de faixa, juntamente com os kyus (os graus tradicionais). Os praticantes evoluem entre as faixas branca, amarela, roxa, verde, azul e marrom, até chegar à preta e iniciar a rigorosa escalada dos dans.
Não há limite máximo de idade, tampouco discriminação por gênero. Aliás, o sensei Osmair indica o treinamento para policiais (por ser baseado na defesa e por ser menos truculento do que outras artes marciais) e para mulheres. Rodrigo Nery comenta que a professora agredida em Indaial, dentro da escola, por um aluno adolescente, saberia como se defender se fosse uma praticante do aikido. “Pensei comigo: que falta que faz um treinamento desses para um professor”, relata. O professor avalia que a sociedade moderna passa por um era beligerante, e o aikido vai na contramão dessa tendência. “A gente não quer brigar, mas também não vou ser refém da violência, não vou ser vítima”, alerta.
A postura pacífica do “caminho da harmonia” pode ser medida também por um detalhe: não há competição. O “rival” do aikidoísta é ele mesmo; sua “luta” é contra a própria evolução. “Você nunca é melhor do que ninguém, você é melhor do que você mesmo e ajuda o próximo a melhorar”, observa o estudante de Economia Henrique Lisboa, que mora na Praia de Fora e também frequenta as aulas no dojo da Ponte do Imaruim. Henrique diz que começou a praticar o aikido por curiosidade e foi “fisgado” pelo clima de amizade e companheirismo estimulado pelo “caminho da harmonia”. “É um clima de amizade. Tem essa coisa do vamos fazer juntos, isso é diferente do que você encontra geralmente”, analisa. “Tua conduta no dia a dia muda um pouco, você pensa mais. Não adianta fazer só no treino, tem que levar pro teu dia a dia”, completa. Fica a dica: leve o caminho da harmonia para o seu cotidiano!
Aikido
Saiba mais
O aikido tem origem no Japão e seu desenvolvimento teve início o final da década de 1920, mas o registro do nome foi feito em 1942
O fundador do Aikido, Morihei Ueshiba, propôs que as técnicas marciais de desarme e proteção, anteriormente usadas de maneira militar, tpudessem ser ensinadas como uma prática corporal para a saúde e aprimoramento pessoal
As técnicas têm origem principalmente a partir do estudo do Daito Ryu Aiki Jujutsu (uma arte marcial desenvolvida pelos samurais) que se utiliza de técnicas de desarme contra espadas, facas, outras armas, e defesas contra socos e agarrões, muito comuns naquela época
As principais ferramentas do aikido são as mãos livres e têm o objetivo de se livrar do atacante, e possivelmente imobilizar ele ao solo, utilizando-se de projeções com quadril, chaves de punho, cotovelo e ombro; pontos de pressão; além de outras estratégias menos utilizadas, como estrangulamentos e golpes de impacto