Por Bruno Galdino – Doutorando em Ed. Fisica – UFSC
Não é necessário ir longe para observar que as novas gerações de crianças e adolescentes nasceram em um mundo um pouco diferente do que o mundo do tempo de seus pais. Mudanças na saúde, educação, tecnologia e ambiente são inevitáveis, e refletem o avanço da humanidade e o seu modo de viver. Uma das mudanças mais revolucionárias desse novo milênio é o acesso à tecnologia, sobretudo o acesso à internet, oportunizando facilmente a comunicação, divulgação de informação e lazer de forma digital. A presença de televisões, tablets, smartphones, computadores e videogames com cada vez mais recursos nas casas e quartos trouxe uma transformação no lazer de crianças e adolescentes que substituiu, em parte, o lazer na forma de jogos e brincadeiras, mais comum as gerações passadas.
Observa-se que no mundo, há uma tendência de adolescentes se tornarem cada vez mais inativos, ou seja, praticarem cada vez menos atividades físicas, seja no formato de esportes, brincadeiras, deslocamento, ou até tarefas domésticas(1). No Brasil, observamos tendências similares, com 43% dos alunos dos nonos anos fazendo mais que trezentos minutos de atividades de intensidades moderadas por semana em 2009(2), e observando uma queda para menos de 30% em 2012(3)! O impacto destas tendências para a saúde e desenvolvimento destes jovens é difícil de prever, mas sabe-se que o movimentar-se é fundamental para o desenvolvimento integral de todo o ser humano, e sobretudo em crianças e adolescentes, refletindo no seu desenvolvimento motor e competência em realizar tarefas básicas como saltar, arremessar, puxar e correr.
Cada vez mais podemos nos deparar com crianças e adolescentes com competências motoras mais limitadas, e para inverter isso, a prática regular de atividades e exercícios deve ser promovida diariamente(4). Em especial, algumas atividades podem ser especialmente benéficas para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, sobretudo aquelas que forneçam uma diversidade de experiências motoras, e que agreguem outros benefícios. Nesta perspectiva, destaca-se a prática de artes marciais, que mostra-se como uma prática com diversos benefícios orgânicos e com uma chance reduzida de lesões e traumas, comparados à outras práticas desportivas(5). Além destes benefícios, evidências promissoras apontam que a prática de artes marciais também estimula a saúde psicológica(6), também ameaçada cada vez mais(7).
Movimentos complexos, concentração, respeito e valores são conteúdos de diversas artes marciais, e o Aikido é uma arte marcial com uma rica tradição e com uma rica diversidade de movimentos, onde sua prática pode melhorar diversos aspectos da saúde, incluindo postura, confiança, auto eficácia, tempo de reação e composição corporal(8,9).
Se nunca experimentou o Aikido, fale com alguém que já treinou, ou procure o Dojo mais próximo e faça uma aula experimental. Leve seu filho ou filha, e estimule-os a se desenvolver com segurança, saúde e diversão.
Referências
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Hallal, P. C. et al. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. The Lancet 380, 247–257 (2012).
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Hallal, P. C., Knuth, A. G., Cruz, D. K. A., Mendes, M. I. & Malta, D. C. Physical activity practice among brazilian adolescents. Ciênc. Amp Saúde Coletiva 15, 3035–3042 (2010).
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de Rezende, L. F. M. et al. Sociodemographic and behavioral factors associated with physical activity in Brazilian adolescents. BMC Public Health 14, 1–11 (2014).
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OMS. Global recommendations on physical activity for health. (2010).
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Woodward, T. W. A review of the effects of martial arts practice on health. WMJ Off. Publ. State Med. Soc. Wis. 108, 40–43 (2009).
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Fuller, J. R. Martial arts and psychological health. Br. J. Med. Psychol. 61 ( Pt 4), 317–328 (1988).
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Bronsard, G. et al. The Prevalence of Mental Disorders Among Children and Adolescents in the Child Welfare System: A Systematic Review and Meta-Analysis. Medicine (Baltimore) 95, e2622 (2016).
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Szabolcs, Z., Kojouharova, P. & Köteles, F. Psychological and physical effects of aikido training – a narrative review [in Hungarian]. Magy. Sporttudományi Szle. 69, 50–57 (2017).
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Reguli, Z., Bernaciková, M. & Kumstát, M. Características Antropométricas y Composición Corporal en Practicantes de Aikido. Int. J. Morphol. 34, 417–423 (2016).